domingo, 10 de abril de 2011

04/04/11
Prefeitura apresenta projeto de trem subterrâneo no Centro

Canoas - O sufoco enfrentado pelos canoenses que precisam trafegar no Centro da cidade pode ter uma solução. Ontem, em coletiva de imprensa, o prefeito Jairo Jorge apresentou o projeto de tornar parte do trem subterrâneo, o que além de exterminar a divisão existente hoje em Canoas, proporcionará o alargamento da Avenida Guilherme Schell e da Rua Victor Barreto.

Conforme o prefeito, a mudança é projetada em um trecho de 2,1 km aproximadamente entre as Ruas Ipiranga e Barão do Santo Ângelo. A estação Canoas La Salle, que hoje divide as ruas, ficará embaixo da Praça da Bandeira, que, com a mudança, também será revitalizada.

Mesmo ainda em processo inicial, Jairo disse acreditar que a obra, após a aprovação do projeto e passados os trâmites burocráticos, deve levar em torno de dois anos para ser concluída. A proposta será encaminhada ao Estado, a fim de participar do PAC da Mobilidade. O orçamento previsto é de 198 milhões de reais.

Praça
Entrada principal da nova estação, a praça da Bandeira deve receber uma nova estrutura durante as obras. Conforme o projeto, uma das possibilidades ao "enterrar" a estação Canoas/La Salle é fazer do espaço que restará na superfície um recanto para lazer e até sediar a parada de ônibus hoje existente na calçada. Também devem ser instalados quiosques e recantos para diversas atividades.

Construção na via
Também presente na coletiva, o secretário de Transporte e Mobilidade Luis Carlos Bertotto adiantou que as obras serão feitas na Avenida Guilherme Schell. A escolha deu-se, segundo ele, porque a via teria mais possibilidade para desvios do que a Vitor Barreto. "Para não causar maiores problemas queremos fazer de 200 em 200 metros", explica. Uma das saídas para o trânsito seria a rua Dr. Barcelos. De acordo com o projeto, as entradas para a nova estação serão, além da principal que fica na parte subterrânea da Praça da Bandeira, na calçada da Vitor e no calçadão da Tiradentes.

Trensurb não deve parar
Com a execução do projeto, a ideia tanto da Prefeitura quanto da Trensurb e da empresa Bourscheid Engenharia e Meio Ambiente, que executou o planejamento, é que o trem não pare nunca, nem funcione de forma parcial. Os novos trilhos serão feitos no subsolo e em paralelo aos já existentes na superfície. Assim, a ligação entre a antiga linha e a nova só acontecerá quando esta estiver devidamente pronta.

Cidade cortada pela linha
O superintendente de Desenvolvimento e Expansão da Trensurb Humberto Kasper ressaltou a importância da obra e lamentou que não tenha sido feito quando o trem foi instalado no município. "Esse é um problema histórico e a solução poderia ter sido tomada lá no início da construção. Mas acredito que a novidade irá qualificar ainda mais a cidade", frisou. Há mais de 25 anos o trem passa por Canoas, literalmente dividindo Centro e bairros da cidade.

O que acontece agora
- A Prefeitura apresentou o projeto indicando que o trem será subterrâneo em um trecho de 2,1km.
- Até segunda-feira, o projeto deve ser incluído a outras propostas que serão apresentas pelo governo do Estado no PAC Mobilidade Urbana.
- Após as avaliações técnicas, ficará definido se integrará o PAC da Mobilidade Urbana.
- Se a resposta for positiva, a estação Canoas e todas linha do Centro nesse trecho não serão mais vistas, dando espaço a uma área arborizada.
- Segundo o prefeito Jairo Jorge, serão mobilizadas todas as forças e representações políticas, tanto em Porto Alegre quanto em Brasília, para que o projeto seja aprovado.

http://www.diariodecanoas.com.br/site/noticias/geral,canal-8,ed-60,ct-194,cd-312875.htm

sexta-feira, 1 de abril de 2011

RS garante isenção de impostos para viabilizar obra do metrô na Capital

29/03/2011 - Diário de Canoas

Redução de R$ 250 milhões é decisiva para implementação do projeto em Porto Alegre.

O governo do Estado apresentou, nesta segunda-feira (28), ao prefeito de Porto Alegre, José Fortunatti, o compromisso de isenção do ICMS para a obra do Metrô na Capital. Representando o governador Tarso Genro, o secretário de Planejamento, Gestão e Participação Cidadã, João Motta, participou do ato de cadastramento do projeto, e entregou ao prefeito um ofício com os pontos assumidos pelo Estado. A projeção é de que a isenção do ICMS da obra e dos trens represente R$ 250 milhões a menos no orçamento do projeto.

A redução de R$ 250 milhões é decisiva para viabilizar o projeto, que tem orçamento máximo de R$ 2,4 bilhões, pelos critérios do PAC2 - Mobilidade Urbana Grandes Cidades. De acordo com o documento, a necessidade da isenção faz parte de um estudo dos técnicos da Prefeitura e do Estado para ampliar as chances de viabilidade da obra com o recurso disponível.

No ofício, além de se comprometer com a renúncia ao imposto, o Estado sugere que sejam priorizadas a definição de rota em benefício das classes trabalhadoras, a integraçaõ da região metropolitana e a preferência por materiais produzidos por empresas gaúchas. O Governo Estadual ainda solicita participação ativa nas decisões de medidas compensatórias condicionadas ao EIA/RIMA (Estudo e Relatório de Impacto Ambiental).

"Sabemos que o projeto cumpre criteriosamente com as exigências dos Ministérios das Cidades e do Planejamento, e que só uma ação conjunta entre Estado e município poderia viabilizar a inclusão de um projeto competitivo na disputa dos recursos do PAC. A obra do Metrô de Porto Alegre é de interesse de todo o Rio Grande do Sul, e será fundamental para consolidar a infra-estrutura da capital com alternativas de mobilidade para os cidadãos", afirma o Secretário João Motta.

Rota - O traçado da fase 1 do Metrô vai da avenida Borges de Medeiros (extensão rua da Praia) até a avenida Assis Brasil, com extensão de 14,88 quilômetros. O Metrô será subterrâneo, passará por baixo dos corredores de ônibus da Farrapos e da Assis Brasil até o Terminal Triângulo, depois seguirá a partir de uma elevada até a sede da Fiergs.

Avanço do trem requer desapropriações em Novo Hamburgo

22/03/11 - Diário de Canoas

Novo Hamburgo - Desde que as obras de extensão do trem começaram, a paisagem urbana e o trânsito têm passado por muitas modificações. E mais mudanças estão a caminho. Depois da desapropriação de parte do terreno do Hipermercado Carrefour, já foi decretada a desapropriação de parte da área das Tintas Killing, na Avenida 1.º de Março. 

Conforme o engenheiro da Trensurb Lino Fantuzzi, também estão em andamento as tratativas para desapropriar o local onde hoje se encontra a Arezzo e o estacionamento da Clínica do Rim, ambos na Avenida Nações Unidas. 
Os dois espaços serão futuramente utilizados para a construção das rampas de acesso à plataforma da Estação Novo Hamburgo localizada em frente ao Bourbon Shopping. Até o momento, já foram concluídos 74,8% dos 9,3 quilômetros de extensão das obras de extensão do metrô ao Município. A previsão é que a Estação Liberdade, que está praticamente pronta, comece a operação comercial em agosto deste ano.

96% de soluções amigáveis

Conforme a Coordenadoria de Desapropriações da Trensurb, a desapropriação das áreas particulares para a implantação do sistema metroviário tem ocorrido de forma tranquila, com o índice de 96% de soluções amigáveis. De um total estimado em 61 propriedades, 25 já foram desapropriadas. Para a Trensurb, os números revelam uma ótima acolhida por parte dos particulares e a prática de valores indenizatórios justos, conforme prevê a lei. As tratativas são estabelecidas pela coordenadoria diretamente com os proprietários dos imóveis atingidos. As negociações são estabelecidas à medida das necessidades do andamento das obras e de acordo com o decreto de declaração de utilidade pública. 

O QUE DIZEM OS PROPRIETÁRIOS

A franqueada da Arezzo em Novo Hamburgo não quis falar sobre o assunto e indicou a assessoria de imprensa da sede da empresa, que informou não se manifestar sobre o tema. O empresário João Carlos Hartz, proprietário do terreno, afirma que, em função de desconhecer o projeto, prefere aguardar mais informações antes de emitir sua opinião. 

De acordo com o diretor-presidente da Killing, Milton José Killing, todo o processo de desapropriação de um pequeno pedaço da área está sendo acompanhado de forma tranquila pela empresa. "Entendemos que a chegada do trem a Novo Hamburgo será um fator muito positivo para o desenvolvimento da cidade. As negociações com a Trensurb estão sendo muito bem encaminhadas."

Estaca para perfurar o solo

Quem acompanhou as perfurações de solo na Avenida 1.º de Março lembra que o equipamento ocupava bastante espaço devido ao tamanho da broca. Como a Avenida Nações Unidas é mais estreita, os engenheiros do Consórcio Nova Via optaram por utilizar outro dispositivo. Conforme o engenheiro do consórcio Nilton Coelho, a mudança foi necessária para que o fluxo de veículo em meia pista pudesse ocorrer no local. "Nesse trecho a gente utiliza uma estaca metálica, que é cravada no chão", explica. Segundo ele, embora o aparelho seja bastante barulhento, nenhum tipo de vibração é transmitida. 

MONTAGEM DO AMV

Várias equipes trabalham nas obras de extensão do trem. Uma delas se ocupa atualmente pela montagem do aparelho de mudança de via (AMV), dispositivo que permite ao trem passar de uma via para outra. O mecanismo é composto por duas lâminas móveis, chamadas de agulhas, que podem se deslocar entre os dois trilhos, além da parte central, o cruzamento, conhecido como jacaré ou coração. O gerente de engenharia, Rodrigo Lacerda, explica que quando as rodas entram no AMV, elas são direcionadas para frente ou para o desvio, em função da posição das lâminas. 

Isso faz com o trem troque ou não de via. Os AMVs são as únicas peças móveis da linha ferroviária e sofrem grandes esforços. Por isso, são construídos com aços especiais, de elevada resistência e durabilidade. Na primeira etapa da obra (até a Estação Liberdade), serão instaladas quatro unidades do aparelho, com o término da instalação previsto para o primeiro semestre de 2011. Ao longo dos 9,3 quilômetros serão instalados 12 AMVs. 

Trensurb busca solução para superlotação

Com recorde de usuários nos meses de janeiro e fevereiro deste ano, o trensurb dá sinais de superlotação. Foram transportados, respectivamente, 3.693.110 e 3.540.013 usuários no período. Isso

representou, no mês de janeiro, um aumento da demanda de 6,31% (219.389 usuários a mais) e, em fevereiro, de 16,83% (510.170). A constatação fez com que a Trensurb cancelasse o horário de férias, com intervalos maiores, e retomasse a operação normal antes do previsto. Decisões como essa e a inclusão de mais um trem no horário de pico da manhã demonstram que o sistema atual não dá conta da demanda crescente. 

O QUE DIZ A EMPRESA

O presidente da Ternsurb, Marco Arildo Cunha, reconhece o problema e diz que já discute as soluções com o governo federal. ‘‘A questão hoje é a superlotação. Estamos discutindo na sala de situação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) a necessidade de ampliação de frota. Queremos frota nova. Falei com o coordenador do PAC, Maurício Muniz, e expliquei a importância disso’’, diz Cunha. Para ele, a superlotação dos trens é reflexo da situação econômica do País. ‘‘É sinal de que a economia está aquecida. Em janeiro e fevereiro tivemos recordes de novos empregos e 80% das pessoas que andam no trem têm carteira assinada e se deslocam entre a casa e o trabalho. Além disso, a tarifa de R$ 1,70 está muito aquém das tarifas de ônibus.’’ 

Pode piorar

A situação deve piorar com a inauguração da extensão do trem até Novo Hamburgo. Quando a obra com mais quatro estações chegar ao fim, a demanda de usuários deve aumentar em 30 mil/dia. Para dar conta da demanda até a compra de novos trens, entretanto, a empresa deve adotar o sistema de carrosséis, no qual um trem vai até a Estação São Leopoldo e outro até Novo Hamburgo.

À ESPERA DO GOVERNO

Em 2010 a Prefeitura de Novo Hamburgo solicitou a inclusão da Estação Industrial, não prevista no projeto original; melhorias na Estação Fenac, para que o espaço tenha ligações com a Estação Rodoviária; e o rebaixamento do canal do Arroio Luiz Rau, com o aumento de sessão, para ampliar o escoamento das águas. A lei permite o máximo de 23%, sobre o valor inicial da obra, de gastos aditivos. Como a extensão do trem garantiu recursos de R$ 730 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), as três obras, incluindo o viário do entorno da Estação Rio dos Sinos, em São Leopoldo, não poderia ultrapassar R$ 167,9 milhões. Conforme o prefeito Tarcísio Zimmermann, o Município ainda não obteve resposta junto ao governo federal se os recursos serão ou não liberados. Tarcísio informa que não há possibilidade da União empenhar apenas uma parte. Isso significa que se não houver recursos suficientes para realizar todo o conjunto de obras, nenhuma delas poderá sair do papel. De acordo com o prefeito, somente a canalização do arroio está orçada em R$ 78 milhões.

http://www.diariodecanoas.com.br/site/noticias/geral,canal-8,ed-60,ct-510,cd-311112.htm