quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Capital projeta a linha 1 do metrô e sonha com a linha 2

24/10/2013 - Jornal do Comércio

A complexidade, o alto custo e os vários anos necessários para tirar um metrô do papel levam representantes da prefeitura de Porto Alegre e do governo do Estado a serem cautelosos quando projetam datas para a obra. 

A estimativa é de que a empresa vencedora da licitação para construir o trem subterrâneo de 10,3 quilômetros entre o Centro e a zona Norte (terminal Triângulo da Assis Brasil) comece o trabalho em 2015. A operação de transporte dos passageiros da Capital teria início em 2020. 

Como essa realidade ainda está distante, não se ouviu falar – nos discursos públicos e cerimônias que anunciaram a liberação dos recursos e que lançaram a Proposta de Manifestação de Interesse (PMI) nas últimas semanas – da linha 2 do metrô da Capital. 

Trata-se da segunda etapa do projeto, que prevê outros 10 quilômetros de percurso entre o Centro e a zona Leste. Tal como a linha 1, ela partiria da Rua da Praia, seguindo pela avenida Borges de Medeiros rumo à zona Sul, Érico Veríssimo, chegando ao terminal Azenha, de onde rumaria, via Bento Gonçalves, em direção a Pucrs, finalizando o itinerário na Antônio de Carvalho. 

Se a linha 1 está prevista para a próxima década, a linha 2 seria para 2030, ou seja, propagandeá-la poderia parecer uma heresia. Mas não é bem assim. As empresas interessadas em construir o metrô de Porto Alegre podem e devem incluir esse trajeto nos seus estudos. 

O tema ainda é tratado com reserva por integrantes de governos que participam do projeto metrô, mas a linha 2 pode ser mais um componente a definir o vencedor da melhor proposta para a construção do trem subterrâneo. Tanto é assim que os mapas com que trabalham os técnicos do escritório MetroPoa já incluem uma divisão na linha 2: um trecho que vai da Rua da Praia até a Azenha, e outro, da Azenha até a Antônio de Carvalho. A extensão menor facilitaria o início da obra desse novo ramal do sistema metroviário. 

O secretário municipal de Gestão, Urbano Schmitt, observa que serão "bem-vindos" projetos de consórcios que queiram avançar na fase 2, desde que não ultrapassem os recursos disponíveis na atual PMI – R$ 4,84 bilhões. "Nesse caso, a empresa ganharia em receita ao incorporar um maior número de passageiros no sistema", argumenta Schmitt, que destaca a boa demanda de passageiros para a região. 

Os critérios de seleção da PMI são disponibilidade do serviço (horário de operação e frequência), eficiência (menor tempo de viagem e deslocamento), acessibilidade ao sistema, conforto (assentos, ruído, iluminação, climatização, vibração, facilidades ergonômicas, sanitários e oferta de comércio e serviços), segurança (planos de emergência, ações preventivas, dispositivos e equipamentos com o objetivo de minimizar os riscos de acidentes), atendimento e prestação de informação ao usuário. 

A linha 1 do metrô de Porto Alegre prevê 11,7 quilômetros de extensão, sendo 10,3 quilômetros ligando o Centro à zona Norte, com dez estações - ela parte da Rua da Praia e termina no terminal Triângulo da Assis Brasil. O outro trecho de 1,4 quilômetro é o ramal, que sai da estação Cairu e vai até o bairro Humaitá, onde ficará o complexo de manutenção de trens. Atualmente, prefeitura e governo do Estado estão pré-qualificando as empresas interessadas na obra. Essa etapa vai durar um mês e, nos próximos 90 dias, os grupos privados apresentarão estudos para detalhar o traçado da linha, a infraestrutura das estações e o orçamento desse trabalho. Depois de analisar a documentação, o poder público fará audiências e lançará, em 2014, a licitação para a construção do metrô. 

As empresas interessadas em construir e operar o metrô devem apresentar projetos para fazer a obra com até R$ 4,84 bilhões. Além dos critérios de seleção para executar a linha 1, a disputa pode ser desempatada se alguém propuser dar início à obra da linha 2. O trecho de 10 quilômetros entre o Centro e a Antônio de Carvalho foi dividido em dois: um vai da Rua da Praia até a Azenha, e o segundo, desse terminal até a Antônio de Carvalho. 

Fonte: Jornal do Comércio
Publicada em:: 24/10/2013