quarta-feira, 17 de abril de 2013

Prefeitura rejeita propostas e abre processo para metrô de Porto Alegre


17/04/2013 - G1

Projetos de duas empresas foram rejeitados nesta segunda-feira (15). Modelo apresentado não interessa e encarece as obras do metrô.

A Prefeitura de Porto Alegre rejeitou nesta segunda-feira (15) duas propostas para a construção do metrô da capital, como mostra a reportagem do Jornal do Almoço (veja o vídeo ao lado). Uma delas não atendia os requisitos do edital e a outra, apesar de atender as exigências, elevou o custo da obra para R$ 9,5 bilhões. Com isso, a Prefeitura abrirá nova Proposta de Manifestação de Interesse (PMI) nos próximos dias e aguardará futuros projetos, o que deve atrasar ainda mais o início das obras, previsto para acontecer entre julho e setembro deste ano.

As duas empresas indicaram o modelo shield para a construção do metrô, que tem menor impacto no trânsito e consiste na perfuração de um buraco abaixo da linha do solo, sem interferência na superfície. Porém, a prefeitura avalia que o shield, conhecido como “tatuzão”, encareceria a obra e quer a execução de outro modelo: o cut and cover (cortar e cobrir).

Apesar do modelo pretendido pela prefeitura causar mais impacto no trânsito da cidade, a expectativa é de que as estações do metrô sejam menores e o custo da obra fique próximo do esperado. Em 2010, o valor estipulado para a construção do metro era de R$ 2,4 bilhões. Agora, no entanto, os gastos já estão estimados em R$ 3 bilhões.

“Fica insustentável em termos de engenharia financeira e por isso optamos por uma nova PMI buscando outro modelo construtivo para que tenhamos um valor acessível para a prefeitura, governo do estado e União”, explica o secretário municipal de Gestão, Urbano Schmitt. “Já temos estudos feitos, já tem uma garantia. Tudo está pronto. O que falta para nós é o modelo construtivo. Por isso, entendemos que mais empresas participarão desse processo. O processo é igual, a forma de construir é que custa muito mais caro”, afirma.

O metrô de Porto Alegre vai ligar a Zona Norte ao Centro da cidade e deve beneficiar cerca de 316 mil passageiros por dia a partir de 2017. A expectativa é de que o trajeto seja de 15 km, passando por 13 estações.

Na última sexta-feira (12), a presidente Dilma Rousseff criticou a demora no andamento do projeto. Em cerimônia no Auditório Araújo Vianna, a presidente disse ao prefeito José Fortunati que considera importante o projeto dos BRTs (ônibus de trânsito rápido), mas que acredita ainda mais no projeto do metrô, feito em parceria com o governo federal.

Fonte: Do G1 RS

terça-feira, 16 de abril de 2013

Um aspecto positivo



16/04/2013 - Zero Hora - Porto Alegre

OPINIÃO

Itamar Melo

A volta do metrô de Porto Alegre à estaca zero tem um aspecto positivo. Significa uma oportunidade de melhorar o projeto.

No traçado atual, o metrô chega ao Centro percorrendo 2,5 quilômetros sob a Avenida Farrapos. Ao longo desse trajeto, ele corre em paralelo com o trensurb, separado dele por uns poucos quarteirões. As duas linhas ficariam distantes entre 500 e 750 metros uma da outra, dependendo do ponto. Ou seja, os dois únicos grandes investimentos em transporte de massa da História da Capital serão em grande parte coincidentes.

Seria interessante se a rejeição dos projetos técnicos, anunciada ontem, servisse para colocar em pauta esse tema e levantasse uma discussão sobre a possibilidade de transferir o traçado da Farrapos para as avenidas Benjamin Constant e Cristóvão Colombo – como, aliás, estava previsto em uma fase anterior. Nessa concepção, ao sair da Assis Brasil o metrô alcançaria o Centro por uma área mais central da cidade e muito mais densamente povoada.

Lembro-me que, há mais de uma década, questionei o então responsável pelo projeto do metrô sobre a razão de o traçado ter sido transferido para a Farrapos. Ele respondeu que o critério havia sido técnico: o fluxo maior de passageiros nessa via. Não me parece uma boa justificativa. Só há uma razão para o fluxo de usuários estar concentrado na Farrapos: o fato de ser por ali que passam os ônibus que vão ao Centro. Se os coletivos seguissem pela Cristóvão, os passageiros seguiriam pela Cristóvão. No entanto, talvez seja demais esperar que as autoridades revejam um ponto tão fundamental. Se não o fizerem, espero que ao menos resolvam, no traçado atual, o que me parece ser uma falha séria.

Nas melhores cidades, os diferentes sistemas de transporte de massa estão interligados e compartilham estações. No caso do metrô de Porto Alegre, isso não vai acontecer. Mas poderia. Ao chegar à Farrapos, o metrô vai desembocar na estação Cairu, a ser construída no local onde hoje fica o terminal de ônibus Cairu. A 800 metros dali fica a estação Farrapos do Trensurb. Sempre me pareceu inacreditável que não tenha sido prevista uma estação conjunta para os dois sistemas na região.

Se isso fosse feito, o trânsito de passageiros entre a zona norte de Porto Alegre e o eixo Canoas-Novo Hamburgo seria feito sem necessidade de ir ao Centro de Porto Alegre e sem sair da estação e caminhar quase um quilômetro. Da forma como está, ou o cidadão terá de perder tempo batendo perna ou precisará ir até o Centro para trocar de trem.

Pelo menos nesse ponto – a conexão entre dois grandes sistemas – as autoridades poderiam repensar o metrô – e prestar um bom serviço.

Melhor esperar sentado


16/04/2013 - Zero Hora - Porto Alegre

OPINIÃO

Rosane de Oliveira

Depois de ontem, quem já andava receoso de que o metrô continuasse no terreno dos sonhos dos porto-alegrenses tem boas razões para temer que o projeto nunca saia do terreno das promessas. Quando se esperava que o prefeito José Fortunati anunciasse o vencedor da proposta de manifestação de interesse (PMI), veio a má notícia: o processo, que andava a passos de tartaruga desde o anúncio feito pela presidente Dilma Rousseff, em outubro de 2011, retrocedeu. Como nenhuma das duas propostas apresentadas é viável, um novo edital será lançado para que as empresas interessadas apresentem uma alternativa no modelo possível e mais barato do que o ideal.

O metrô ideal correria em trilhos 20 metros abaixo da superfície, abertos por uma máquina conhecida como tatuzão, que escava por baixo da terra, causando transtornos mínimos ao trânsito. O problema é que esse modelo, tecnicamente conhecido como shield, custaria R$ 9,5 bilhões, conforme proposta apresentada pelo consórcio Invepar/Odebrecht. E o orçamento inicial do metrô é de escassos R$ 2,4 bilhões.

Se não dá para fazer o ideal, Fortunati vai tentar o plano B, o modelo "corta e cobre", em que os túneis são escavados trecho por trecho, pouco abaixo da superfície, e cobertos por chapas de concreto. Imagina-se que nesse modelo será possível fazer o metrô por cerca de R$ 3 bilhões. Será possível construir o metrô no modelo "corta e cobre" por menos de um terço do "tatuzão"? Embora Dilma tenha sido veemente na defesa do metrô, se não houver dinheiro, não haverá como executar a obra. Estará o governo federal disposto a ampliar sua participação para além do R$ 1 bilhão prometido e dos empréstimos à prefeitura e ao governo do Estado?

Ontem, Fortunati contou na Rádio Gaúcha que pretendia anunciar o resultado da licitação fracassada no dia 10, mas o Ministério do Planejamento pediu que esperasse passar a visita da presidente. Essa informação indica que, ao defender o metrô dirigindo-se ao prefeito, Dilma estava dando uma satisfação aos gaúchos e não puxando a orelha de Fortunati, como pareceu para boa parte dos que assistiram ao discurso dela no Auditório Araújo Vianna.

Construção do metrô de Porto Alegre emperra na burocracia


16/04/2013 - Zero Hora - Porto Alegre

Um aspecto positivo

A novela do metrô frustrou Porto Alegre mais uma vez. A expectativa criada para ontem, com a revelação do projeto da ambicionada linha da Capital, evaporou depois de a prefeitura admitir a necessidade de se abrir um novo processo para a construção. Ou seja: praticamente nada avançou desde o anúncio do projeto, em maio de 2011.

Os dois projetos apresentados por empresas interessadas foram descartados, um pelo alto custo e outro por não obedecer às orientações definidas pela prefeitura. A decisão foi anunciada pela manhã, durante coletiva de imprensa. Agora, será (re) lançada uma Proposta de Manifestação de Interesse (PMI) para o recebimento de novos projetos.

Com isso, ficou difícil cumprir a previsão de o metrô sair do papel ainda em 2013: até a chegada dos projetos e a análise do material, deverão ser consumidos pelo menos quatro meses.

Após 23 meses, a prefeitura definiu o método construtivo que prefere, ou seja, o que ela considera mais barato. Ao descartar o projeto do consórcio Invepar/Odebrecht, uma obra de R$ 9,5 bilhões, ante um limite de custo estipulado pela prefeitura em cerca de R$ 3 bilhões, deixou de lado o método shield. Restou a aposta no cut and cover.

O porém desse sistema é que os trabalhos, realizados a céu aberto, influenciam no trânsito.

– Sempre se soube que o shield custaria mais caro, mas o quanto, somente a PMI poderia nos mostrar. A cidade gostaria que fosse o shield, só que o método se mostrou incompatível (com a capacidade financeira) – afirma o secretário de Gestão, Urbano Schmitt.

O cut and cover divide opiniões. É criticado por Hugo Cássio Rocha, presidente do Comitê Brasileiro de Túneis. Ele lembra que, em São Paulo, um túnel assim sai mais caro por três razões básicas: o custo de escoramento, a distância de transporte da terra retirada e o impacto ambiental.

– Nenhuma cidade séria do mundo está fazendo túnel com cut and cover. Entendemos que o melhor é uma solução mista: alguns locais em cut and cover, outros em túnel convencional e todo o resto em shield – argumenta.

Professor de ferrovias da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), Telmo Giolito Porto não vê o cut and cover como superado.

– A decisão entre os métodos (...) deve obedecer ao menor custo, face às características do solo, ocupação da superfície e profundidade do túnel – afirmou, via e-mail.

Apesar dos atrasos, técnicos da prefeitura da Capital entendem que a PMI – um tipo de mecanismo das Parcerias Público-Privadas para estruturar um negócio –  não foi útil somente por definir o método. Diversos estudos já feitos poderão ser aproveitados –  e pagos pela vencedora da licitação para construção do metrô –, como sondagens, pesquisas geológicas, estações, climatização, segurança e integração.

Só falta, portanto, colocar o metrô no papel e, depois, torná-lo realidade nas ruas. O que, ao que tudo indica, não cumprirá a previsão inicial, de 2017.

"O funcionamento será igual, mas as estações serão menores”

O secretário municipal de Gestão, Urbano Schmitt, conversou por telefone com ZH na tarde de ontem sobre a decisão da prefeitura de abrir um novo processo para a construção do metrô da Capital. Confira abaixo a entrevista:

Zero Hora – Foi de alguma utilidade ter analisado o projeto por 67 dias?

Urbano Schmitt – Foi de muita utilidade. Todas as demais avaliações da Proposta de Manifestação de Interesse (PMI) são valiosas e aproveitáveis, como o estudo de demanda, a bilhetagem, o processo de integração com os outros modais de transporte.

Zero Hora – A visita da presidente Dilma Rousseff influenciou na decisão de apresentar o resultado da PMI agora?

Urbano – Não. Tínhamos até uma ideia de fazermos o anúncio antes.

Zero Hora – Quanto tempo deve levar o novo processo?

Urbano – Em princípio, 60 dias é um bom prazo para receber as propostas.

Zero Hora – E depois tem mais 60 ou 70 dias para analisar.

Urbano – Mas talvez não seja uma análise tão ampla, porque, agora, boa parte já foi analisada.

Zero Hora – O que prevê esse projeto descartado de R$ 9,5 bilhões?

Urbano – É um projeto muito qualificado. Os ônibus BRT entrariam no subsolo para carregar e descarregar os passageiros para estações com quatro pisos debaixo do solo, com comércio, lojas. Chegaria a 20 metros de profundidade em alguns locais.

Zero Hora – Então Porto Alegre não terá um projeto qualificado?

Urbano – Não, não. O funcionamento do metrô será igual, mas as estações serão menores e não teremos ônibus subterrâneos, e sim, escadas rolantes.

Cronologia do atraso

— Em maio de 2011, o Ministério das Cidades confirmou a construção do metrô em Porto Alegre. A expectativa era dar início à construção no segundo semestre de 2012.

— O projeto ficou parado por 10 meses, porque as regras das Parcerias Público-Privadas, instrumento a ser usado pela prefeitura para implementar o metrô, previam que a empresa que vencesse a licitação só seria paga no final das obras. Isso aumentaria em R$ 1 bilhão o custo do empreendimento.

— Em agosto de 2012, foi publicada uma medida provisória abrindo a possibilidade de a empreiteira receber conforme avança a execução da obra.

— Em setembro de 2012, a prefeitura apresentou a proposta de manifestação de interesse para finalizar o projeto do metrô, o que está sendo repetido agora. As propostas deveriam ser recebidas até o dia 12 de novembro.

— O prazo, porém, foi prorrogado por duas vezes: para 10 de janeiro e, depois, para 7 de fevereiro.

— Em fevereiro, duas propostas foram apresentadas. Na ocasião, o prefeito José Fortunati disse que o vencedor seria conhecido em 60 dias.

— Na semana passada, o secretário de Gestão e Acompanhamento Estratégico, Urbano Schmitt, disse que a avaliação ainda não está concluída e se estenderia por prazo indeterminado. Ele admitiu que não havia prazo para a publicação do edital de licitação e para o início da execução da obra.

— Em visita ao Estado, na sexta-feira, a presidente Dilma Rousseff cobrou em discurso agilidade para as obras do metrô. No mesmo dia, a prefeitura disse que anunciaria novidades na segunda-feira.

— Nesta segunda-feira, a prefeitura revelou ter desconsiderado as duas Proposta de Manifestação de Interesse (PMI) recebidas para o metrô. Com isso, uma nova PMI será aberta nos próximas dias — em um recomeço de processo, portanto.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Prefeitura lançará novo processo para construir metrô em Porto Alegre


15/04/2013 -Zero Hora - Porto Alegre

A prefeitura de Porto Alegre vai abrir nos próximos dias uma nova Proposta de Manifestação de Interesse (PMI) para que empresas apresentem seus projetos para o metrô da Capital. Com isso, as obras, com início previsto para este ano, devem sofrer atrasos.

O anúncio foi feito nesta manhã no Paço Municipal. A decisão ocorreu porque, na PMI anterior, as duas propostas de projeto técnico do metrô tiveram de ser desconsideradas. O melhor dos dois projeto, do consórcio brasileiro Invepar/Odebrecht, foi descartado por apresentar um custo estimado em R$ 9,5 bilhões. Em 2010, projeto estava orçado em R$ 2,4 bilhões.

As propostas das duas empresas concorrentes previam o modelo shield (conhecido como tatuzão), que tem menor impacto no trânsito por consistir na perfuração de um buraco logo abaixo da linha do solo, sem interferência na superfície. O projeto da empresa espanhola Brusten P.M. foi desclassificado por não seguir as orientações do processo.

Para baratear o custo do metrô, a prefeitura pedirá propostas em um segundo modelo: o cut and cover (cortar e cobrir), com escavações rentes ao solo, em trechos curtos por vez. No modelo anterior (shield), as escavações teriam profundidade de até 20 metros, devido às condições do solo em Porto Alegre.

A expectativa é de que projetos apresentados na nova PMI não ultrapassem o valor de R$ 3 bilhões. A desistência do modelo shield se deve a uma levantamento que mostra que o custo da obra não ficaria abaixo de R$ 7 bilhões.

O secretário de Gestão e Acompanhamento, Urbano Schmitt, garante que o projeto não volta a estaca zero. Os estudos da PMI anterior serão aproveitados.

— Estudos de viabilidade econômica e técnica poderão ser aproveitadas nessa nova PMI. Por isso, os prazos devem ser menores do que os anteriores. Esperamos ainda que, além destas duas, um número maior de empresas demonstre interesse em realizar os projetos — considerou Schmitt.

Presente na entrevista à imprensa, o governo estadual apoiou decisão da prefeitura.

— É um passo a frente. Estamos preservando os recursos — afirmou João Motta, secretário estadual do Planejamento, Gestão e Participação Cidadã.

A prefeitura ainda não definiu os novos prazos. Inicialmente, a obra estava prevista para começar em 2013 e terminar em 2017, mas, com a mudança, esse prazo deverá ser estendido.

Novo Hamburgo está pronta para receber trem urbano

11/04/2013 - Intelog

Por Jornal do Comércio - RS - Mayara Bacelar

MARCELO G. RIBEIRO/JC

Desde que as obras para a chegada da Trensurb a Novo Hamburgo foram iniciadas, em 2009, os moradores e comerciantes tiveram que adaptar suas rotinas para acompanhar o ritmo de canteiro de obras que tomou conta do município. Os impactos não foram poucos e ainda são sentidos, aumentando ainda mais a expectativa para a inauguração das três estações que ainda estão sendo construídas. Com entrega prevista inicialmente para dezembro do ano passado, a entrada em operação das estações Industrial, Fenac e Novo Hamburgo deve ocorrer apenas no segundo semestre de 2013, sem uma data definida para que os vagões finalmente circulem pelos trilhos da cidade do Vale do Sinos. As três novas estações vão agregar 4,5 quilômetros àTrensurb, fruto de um investimento de R$ 844 milhões, que contemplou também as duas estações inauguradas no ano passado, uma em São Leopoldo e outra em Novo Hamburgo, a primeira a operar no município.

Em meio a uma das vias mais afetadas pela chegada do metrô de superfície, a avenida Nações Unidas, o gerente do posto de combustíveis Maringá, Roberto Schmidt, relata que o movimento caiu cerca de 25% desde o início das obras. O acesso de veículos ao posto ainda está parcialmente interrompido, fator essencial para que o negócio funcione plenamente. Apesar do atual cenário, Schmidt destaca que a situação já foi pior com a operação atípica: o posto chegou a ficar sem acesso, causando uma derrapada de 50% do volume de clientes. "Uma ponte próxima foi demolida e levou muito tempo para ficar pronta, o posto ficou 108 dias sem acesso, foram 108 dias difíceis", desabafa o gerente. Os clientes mais fiéis ignoraram o bloqueio e seguiram abastecendo no local, mesmo tendo que entrar no estabelecimento pela contramão.

Mesmo com "muitas perdas", Schmidt acredita em uma compensação depois de finalizadas as obras. A projeção é de que o maior fluxo de pessoas nos arredores do posto, que fica próximo à estação Fenac, resulte num acréscimo de 20% a 30% de clientes na comparação com a frequência registrada antes do início de todo o processo. "A promessa é que as obras se encerrem no fim do ano, mas, com a velocidade que vemos, eu não acredito, acho que passa, mas estou falando de obras totalmente concluídas", sugere. Se levada em conta a palavra do diretor-presidente da Trensurb, Humberto Kasper, o gerente Schmidt e os demais habitantes de Novo Hamburgo podem se tranquilizar. A extensão até o Centro de Novo Hamburgo deve ser finalizada em agosto, com previsão de início da operação comercial para o segundo semestre do ano. "Essa é a referência de conclusão que trabalhamos, salvo alguma alteração, mas o consórcio Nova Via se comprometeu com esse prazo", defende Kasper.

O dirigente da Trensurb explica que as obras estão em situação bastante adiantadas. No caso da estação industrial, a parte civil já está finalizada, faltando agora a conclusão da instalação de sistemas, que, segundo Kasper, está "praticamente 100% concluída". Segundo ele, "a estação Fenac também está bem avançada, e a estação que ainda resta é a Novo Hamburgo, que também está num bom estágio de andamento. A parte de instalação de redes aéreas igualmente está sendo trabalhada, bem como a instalação de sistemas de sinalização, que estão sendo implantados nessa segunda etapa", detalha o executivo.

As dificuldades não são sentidas apenas pela população, a própria empresa de transporte coletivo se viu obrigada a administrar questões como a mudança de cronograma, causada principalmente pela ampliação dos serviços e pelo acréscimo de outras etapas da obra, como a estação Industrial, que não estava prevista na primeira versão do projeto da Trensurb. Além disso, a execução de obras complementares também alterou a previsão inicial do andamento do processo. "Mas estamos plenamente satisfeitos, é uma das obras mais bem avaliadas no cronograma do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)", argumenta Kasper.

Previsão é de que em 2014 haverá absorção de 10 mil novos passageiros





Kasper afirma que projeções feitas pela empresa mostram que, quando sistema do metrô estiver integrado ao de ônibus, haverá um crescimento de 30 mil passageiros diários no município.

MARCELO G. RIBEIRO/JC
Embora as obras da Tresurb venham gerando alguns transtornos nos hábitos e no trânsito de Novo Hamburgo, a população aguarda ansiosa pelo pleno funcionamento do metrô de superfície. Estima-se que cerca de 30 mil novos passageiros passem a utilizar o serviço, ajudando a desafogar o movimento da congestionada BR-116 e fornecendo à região uma alternativa em mobilidade urbana.

O diretor-presidente da Trensurb, Humberto Kasper, afirma que a absorção desse contingente deve se dar até 2015, conforme as projeções da empresa. "Temos uma média de 184 mil passageiros por dia, nos dias úteis e prevemos, em 2014, aproximadamente 10 mil passageiros a mais, mas a previsão é de que quando o sistema de ônibus metropolitano e intermunicipal de Novo Hamburgo for totalmente integrado ao Trensurb, entrem um total de 30 mil passageiros", diz.

Uma das expectativas é que os motoristas deixem seus carros na garagem para se locomover sobre os trilhos. Essa não apenas será, como já é uma opção para o presidente da Associação de Moradores dos Bairros Ideal e Liberdade (contemplados pelas obras), Argeu Rodrigues dos Santos. A estação que melhor irá atender Santos – a Fenac – ainda não está em operação, mas desde o ano passado, quando foi inaugurada a estação Santo Afonso, ele e sua família têm optado pelo uso do trem para se deslocar a São Leopoldo e Porto Alegre.

Além de mais barato para o bolso – a passagem do Trensurb custa R$ 1,70 – o uso do trem ainda permite economia de tempo. "Eu moro perto de onde terá uma estação, e vou ser franco, no momento que começar a operar, muitos carros deixarão de andar pela BB-116, haverá uma mudança muito grande, com benefício para as pessoas que transitam de carro", sugere Santos. Com os congestionamentos, em horários de pico, o dirigente leva duas horas no trajeto entre Novo Hamburgo e Porto Alegre. Desde que passou a apanhar o trem na estação Santo Afonso, o tempo de viagem caiu para menos de 40 minutos.

Processo de integração torna estações diferentes





Clarissa afirma que novo meio de transporte vai facilitar deslocamentos dos filhos para a faculdade.

MARCELO G. RIBEIRO/JC
Moradora do bairro Ideal, a empresária Clarissa de Oliveira Behs não vê a hora de ter, em frente ao seu negócio, a constante circulação de vagões e passageiros. Clarissa também foi afetada pelas obras, que reduziram o acesso ao Posto de Molas Behs, do qual é proprietária. Os prejuízos, no entanto, não chegam nem perto da expectativa. "Acho que vai ser uma coisa muito boa para a cidade. Tenho filhos adolescentes e creio que para a faculdade, com transporte até São Leopoldo e Porto Alegre, vai ser muito importante", diz.

A despeito da estranheza com o formato da operação em Novo Hamburgo, onde os trilhos são suspensos por uma elevada, diferentemente das outras cidades onde os trilhos são fixados no solo, Clarissa afirma que assim a cidade consegue preservar melhor sua identidade visual e a unidade entre os diferentes bairros. "A elevada ficou bonita, e as estações também. Vemos muitos benefícios para a cidade", conta. "É muito melhor que o trem passe por cima da cidade do que por baixo, como em Canoas, onde temos a sensação de que o trem dividiu a cidade."

As diferenças em relação a outras estações não se restringem à gigantesca elevada que passa pelo Centro de Novo Hamburgo. O diretor-presidente da Trensurb, Humberto Kasper, acrescenta que em função do processo de integração que será efetivado junto ao terminal rodoviário de Novo Hamburgo, a estação Fenac vai ter um acesso especial, ligando-a ao pátio do terminal, através de uma passarela que permitirá aos usuários uma conexão direta entre os dois pontos. "Em função disso, essa estação possui um mezanino intermediário. Tem o embarque, o mezanino intermediário, por onde os usuários podem acessar a estação rodoviária diretamente pela passarela", explica.

Já na estação Novo Hamburgo, no Centro da cidade, foram idealizadas, além de plataformas laterais, uma plataforma central, a fim de facilitar a manobra dos trens, levando em conta que essa passará a ser a estação final da linha. "Diferentemente do outro ponto final, na estação Mercado, haverá uma plataforma central, que pode realizar tanto embarque como desembarque de passageiros", esclarece o executivo. "A estação Novo Hamburgo também deve ter um terminal de integração multimodal junto à estação", acrescenta.

Nova frota vai melhorar atendimento
O processo de ampliação da linha do Trensurb não é um movimento isolado. Paralelamente, está em andamento a compra de outros 15 novos trens, cada um com quatro carros, que devem ser agregados à atual frota de 25 trens em operação. O contrato de compra foi assinado em novembro, com o consórcio Frota Poa. Como cada trem leva em média um ano e meio para ser entregue, a expectativa é que a partir de maio de 2014 os veículos comecem a chegar à Trensurb. "A partir de maio do ano que vem, receberemos dois trens a cada mês, esse é o cronograma do contrato conforme assinado", destaca o diretor-presidente da Trensurb, Humberto Kasper.

A ideia é acoplar dois novos trens, ou seja, oito vagões, no horário de pico já no próximo ano. De acordo com Kasper, esse passo pode duplicar a atual capacidade de transporte de passageiros nos horários de maior demanda. O executivo calcula que após a aquisição total da nova frota, totalizando 40 trens, o Trensurb não precisará de novos trens por um longo período. "Trabalhando com nossa frota (25 trens) e os 15 novos trens, pelo nosso horizonte, pelo menos por 30 a 40 anos não precisaremos de nova estrutura porque essa frota de 40 trens é suficiente", assinala Kasper.

Obras complementares que vieram junto vão beneficiar o município
O gestor municipal que acompanhou a chegada do trem mais de perto foi o ex-prefeito de Novo Hamburgo Tarcisio Zimmermann, que considera o processo "fundamental" para o desenvolvimento da cidade, tanto pela facilidade de ligação com as demais localidades da Região Metropolitana, quanto pela concretização de novos negócios, especialmente para a Fenac. "Outros empreendimentos, como shoppings, também vão se beneficiar. Novo Hamburgo passa a ter uma integração muito melhor com a região, o que é uma oportunidade extraordinária", garante Zimmermann.

O ex-prefeito destaca que nos últimos 18 meses a população resistiu a entraves mais severos em termos de trânsito e limitações na mobilidade frente às obras. Mas a adversidade será recompensada. Além dos milhares de veículos, entre carros e ônibus, que devem deixar de trafegar na BR-116, Zimmermann lembra que, junto às ações específicas da Trensurb, também foram executadas obras complementares, que devem gerar benefícios para além da mobilidade no município.

A principal obra realizada nesse sentido é a nova canalização do Arroio Luiz Rau. A iniciativa é responsável pela expectativa de que os (até então) frequentes alagamentos deem trégua em dias de chuva. "Tínhamos várias áreas que inundavam por conta da insuficiência da calha desse arroio. Agora, houve obra de mais de R$ 64 milhões, que veio junto com as obras do trem e que vai resolver por muito tempo o problema dos alagamentos. Foi uma grande conquista adicional à cidade", explica Zimmermann. A ideia é de que a vazão do arroio aumente em 30% com a canalização. Para o ex-prefeito, é importante enfatizar que essas obras eram aguardadas há mais de 25 anos e que, agora, elas chegam inteiras à cidade, com "estações modernas e planejadas para atender às necessidades. Não é pouca coisa o que ganhamos graças a essa obra", comemora.

domingo, 14 de abril de 2013

Fortunati anuncia projeto técnico vencedor do metrô na segunda-feira


14/04/2013 - Zero Hora - Porto Alegre

Depois de a presidente Dilma Rousseff criticar a demora no andamento do processo de implantação do metrô em Porto Alegre, o prefeito José Fortunati decidiu anunciar o projeto técnico vencedor na segunda-feira. A proposta ganhadora deve nortear, após a realização de audiências públicas, o edital de licitação para as obras.

Duas propostas de projeto foram analisadas pela prefeitura para o sistema que deverá beneficiar por dia cerca de 316 mil passageiros, orçado a valores de 2010 em cerca de R$ 2,4 bilhões.

— Estamos nos encaminhamentos finais neste final de semana, pois a análise já se encontrava avançada — explicou o secretário municipal de Gestão e Acompanhamento Estratégico, Urbano Schmitt.

Segundo o secretário, as duas propostas de manifestação de interesse (PMI) foram entregues no dia 7 de fevereiro e, desde lá, são analisadas por técnicos da prefeitura. Urbano preferiu não antecipar o resultado da análise técnica. Entre elas, a de que nenhuma tenha sido aceita por questões técnicas ou de valor.

— O anúncio do resultado será feito às 10h de segunda.

Questionado sobre o puxão de orelha presidencial, Urbano negou que a análise esteja atrasada. Ele explicou que o prefeito aguardava uma última conversa com Dilma antes do anúncio oficial. Segundo ele, Fortunati tomou a decisão após se reunir recentemente com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior.

— Fortunati optou por conversar com os parceiros. É um investimento em parceria com o governo federal, que disponibilizará recursos. Então, ele decidiu conversar com a Dilma agora em sua vinda para a Capital.

As duas propostas só foram apresentadas após a prefeitura adiar, no ano passado, por duas vezes, a data limite para entrega dos projetos. À época, o diretor-presidente da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC),Vanderlei Cappellari, culpou os feriados de Natal e Ano-Novo, que teriam prejudicado a conclusão dos estudos.

Urbano não antecipou as datas das etapas seguintes, no entanto, a previsão, no início do ano, era de que o edital das obras fosse publicado no primeiro semestre e as obras começassem ainda neste ano.

Será ele capaz? O modal não é exatamente inédito por aqui – já houve um pequeno monotrilho em Poços de Caldas (MG), mais para funções turísticas –, mas nunca foi submetido ao teste de fogo do cotidiano de uma cidade como São Paulo. Por isso, os especialistas são cautelosos em prever sua eficácia. Outro ramal de monotrilho está em construção na cidade, a Linha 17-Ouro, na zona sul, que abre em 2015. Outro está previsto para o ABC. Os trens da Linha 15 terão 90metros de comprimento, ante 132 do Metrô e 170 da CPTM.

O consultor Horácio Augusto Figueira, mestre em Transportes pela Universidade de São Paulo (USP), pondera que a Linha 15, que cortará a zona leste radialmente, pode acabar sofrendo do mesmo problema pendular que acomete a sobrecarregada Linha 3-Vermelha, com uma  demanda muito grande no sentido centro durante o horário de pico matinal. E vice-versa à tarde. "Mas, em tese, o monotrilho terá uma capacidade maior do que um corredor de ônibus.”

Para Luiz Carlos Mantovani Néspoli, superintendente da Associação Nacional dos Transportes Públicos (ANTP), a tendência é que com a expansão da rede metroviária, a possível superlotação do monotrilho diminua. Por hora e sentido, os trens da Linha 15 transportarão até 48 mil passageiros, segundo o Metrô. Assim como na Linha 4-Amarela, as composições não  terão condutores. O Metrô não divulgou quanto está gastando por trem.

Operação normal só vai começar no ano que vem

A Linha 15-Prata do Metrô de São Paulo deve colocar o primeiro monotrilho da capital paulista para circular com passageiros em dezembro. No entanto, nesse período ele vai funcionar só em "visita controlada”. O Estado apurou que a operação comercial definitiva no ramal só deve começar em 2014, informação que não é confirmada pelo governo do Estado. A estimativa é que 13,3 mil usuários usem o novo trecho.

O primeiro trecho da linha funcionará entre as Estações Vila Prudente e Oratório, com 2,9 quilômetros de extensão. Depois, o ramal será estendido até São Mateus, em um percurso de 10,1 quilômetros e oito estações. Essa parte tem previsão de entrega para o ano que vem. Já o trecho final, até Cidade Tiradentes, terá sete paradas e 11,5 quilômetros de comprimento. A abertura desse tramo será em 2016.

Cerca de R$ 5,4 bilhões vão ser investidos na construção da Linha 15-Prata. Quando estiver completamente pronta, ela terá 24,5 quilômetros de extensão e 17 estações.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Porto Alegre: obras do metrô vão atrasar

09/04/2013 - Zero Hora, Taís Seibt

Prazo de análise dos projetos oferecidos à prefeitura foi prorrogado por tempo indeterminado, comprometendo o cronograma da prefeitura gaúcha

Metrô vai ligar o centro à zona norte da capital

créditos: Reprodução

Protelar já tinha virado verbo recorrente quando a pauta era o metrô de Porto Alegre. Atrasar agora entrou oficialmente no vocabulário.

Terminado o prazo de 60 dias para a análise dos dois projetos oferecidos à prefeitura, o grupo técnico que avalia as propostas pediu mais tempo para escolher a melhor. Com isso, o início das obras, antes anunciado para entre julho e setembro deste ano, ficou em aberto.

"Pela complexidade do projeto, não dá para fixar um prazo. Precisa de uma análise mais aprofundada", justifica o secretário municipal de Gestão e Acompanhamento Estratégico, Urbano Schmitt.

A sucessão de prorrogações já tinha começado no período de apresentação das Propostas de Manifestação de Interesse (PMI), inicialmente fixado em 12 de novembro, depois transferido para 10 de janeiro e finalmente concretizado em 7 de fevereiro. Duas foram apresentadas: uma pelas empresas brasileiras Odebrecht e Invepar, outra pela espanhola Bustren.

Cabe a uma comissão composta por representantes das secretarias municipais de gestão (SMGes), da Fazenda (SMF), Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) e da Procuradoria-Geral do Município (PGM) escolher a vencedora.

A proposta escolhida passará por audiência pública e só então será publicado o edital de licitação para execução da obra. Para que a construção se iniciasse até setembro, tudo isso deveria ocorrer ainda no primeiro semestre, mas Schmitt já admite que o cronograma vai mudar:

"É um tempo necessário para a maturação e entendimento da PMI. Somente na hora que estiver concluída essa parte é que vai dar para fixar um novo cronograma", declarou o secretário.

Um dos pontos centrais da avaliação é a forma de escavação dos túneis. Há duas possibilidades de execução: via sistema cut and cover (cortar e cobrir) e via máquina shield, também conhecido como tatuzão. A segunda tem menos impacto na cidade, mas precisa se encaixar na "modelagem financeira" do projeto, segundo o secretário.

Com um trajeto de 14,88 km e 13 estações, o metrô de Porto Alegre está orçado em R$ 2,4 bilhões. A expectativa é que entre em operação em 2017.

Prioridades do RS

Em 2009, Zero Hora convidou a população a votar quais, dentre 15 grandes projetos, eram os mais importantes para o Estado. O sistema de trens subterrâneos foi eleito um dos três Projetos para o Rio Grande, ao lado da duplicação da BR-386 e da construção de uma ponte entre Brasil e Argentina. O jornal se comprometeu a acompanhar todos, até sua conclusão.