quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Começa o processo de licitação do metrô da Capital

12/09/2012 - Folha de São Paulo

A prefeitura lançou ontem a abertura do período de manifestação de interesse para finalizar o projeto do metrô de Porto Alegre, dando início ao processo de licitação. Até o dia 12 de novembro, as empresas devem entregar seus estudos com tecnologias disponíveis para transporte coletivo, que irão complementar o plano técnico já elaborado. Após a seleção, o esquema será apresentado em audiência pública prévia à divulgação do edital para contratação da obra e da operação do serviço, previsto para o primeiro trimestre de 2013. 

As empresas interessadas devem montar seus prognósticos com as cinco diretrizes para a empreitada. As propostas precisam abranger os quesitos de conforto (bilhetagem eletrônica, climatização nos trens e estações, acomodações, portas automáticas), acesso a todos (mesma tarifa do ônibus da Capital ligada à utilização das linhas urbanas e metropolitanas e ao Trensurb, com garantia das atuais isenções praticadas), projeto estruturante (urbanização e instalação de ciclovias, passeios e paisagismo), integração com diferentes meios de transporte e conexão com a rede metropolitana, e mobilidade urbana – com, no mínimo, 13 estações no trajeto. O percurso ligará o Centro e a zona Norte, da avenida Assis Brasil até a avenida Borges de Medeiros, ao longo de 14,8 quilômetros de traçado. 

Conforme explicou o prefeito José Fortunati, o “metrô leve”, apontado como a melhor escolha para atendimento da demanda em questão, considera ainda uma tecnologia segregada do sistema viário. Por conta disso, o vencedor da parceria público-privada será também determinado por sugerir o formato mais qualificado para a demanda, observando os critérios de menores custos de implantação e de operação, maior durabilidade e confiabilidade e baixos impactos de obras, ambiental e urbanístico. Segundo o prefeito, “serão muito importantes a eficiência, a acessibilidade, o atendimento e a segurança do usuário”.

Para Oscar Escher, diretor-superintendente da Metroplan, é essencial que haja uma mudança de comportamento. “O metrô é o pano de fundo de uma ação muito maior. É preciso que a região se veja como uma rede, que funcionará com metrô, catamarã, BRT (Bus Rapid Transit), ônibus, Trensurb. Estamos nos inspirando em Lisboa, onde as estações possuem estacionamento e supermercado”, informa ele. O metrô será integrado ao sistema BRT, em construção nas avenidas Bento Gonçalves, Protásio Alves, João Pessoa e Padre Cacique, além da conexão com a rede metropolitana viária, unindo principalmente as cidades de Cachoeirinha, Alvorada e Gravataí. 

Orçado em R$ 2,4 bilhões, o projeto prevê investimento de R$ 600 milhões da prefeitura, R$ 300 milhões do governo do Estado e R$ 1 bilhão da União. O montante inclui ainda R$ 265 milhões em isenções de tributos municipais e estaduais e R$ 323 milhões originários de financiamento privado. As obras estão marcadas para o terceiro trimestre do ano que vem, tendo como prazo para conclusão até 2017.

    

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