quinta-feira, 28 de maio de 2015

Porto Alegre não teme falta de recursos para o metrô

26/05/2015 - Jornal do Comércio - RS

O corte de R$ 69,9 bilhões no orçamento do governo federal anunciado na sexta-feira passada trouxe mais insegurança ao Rio Grande do Sul, que já convivia, desde o início do ano, com um cenário de contenção de recursos por parte do governo estadual. A pasta mais afetada da União é o Ministério das Cidades, com retenção de R$ 17,2 bilhões, ou 54,2% do orçamento original.

Com isso, INVESTIMENTOS como os previstos para a construção do metrô de Porto Alegre são postos em xeque. O secretário municipal de Gestão, Urbano Schmitt, entretanto, não se assusta com o panorama e tem confiança de que os recursos para a obra estão assegurados.

Segundo Schmitt, a partir do anúncio de cortes por parte do governo federal, a pasta entrou em contato com o escritório em Brasília, que está trabalhando com a Capital nas questões relativas ao metrô. "Não obtivemos nenhuma informação de cortes que nos envolvam, seja para essa ou para outras obras. Entretanto, de qualquer forma, sabemos que o recurso está assegurado, uma vez que já temos o projeto e que o empréstimo a fundo perdido da União, de R$ 1,77 bilhão para essa obra, já nos foi garantido", afirma.

A previsão de que o montante só será embolsado a partir do ano que vem oferece uma segurança a mais para a prefeitura, uma vez que os cortes se referem ao orçamento de 2015. "O metrô é uma realidade para nós. Os recursos foram reservados. Seguimos trabalhando arduamente e muito confiantes de que o INVESTIMENTO se tornará realidade ao longo dos quatro a cinco anos de execução da obra, que começa em 2016", destaca.

O valor total da obra é estimado em R$ 4,84 bilhões. Além dos recursos do governo federal, o metrô será custeado pelo governo estadual, prefeitura e iniciativa privada. O Estado entra com R$ 1,08 bilhão e a contrapartida municipal será R$ 690 milhões, além de desapropriações.

Em virtude da crise financeira do Estado, o Ministério das Cidades havia acenado, em fevereiro, com a possibilidade de usar na obra recursos de um fundo garantidor vinculado à União, a fim de viabilizar a construção. Dessa maneira, o governo estadual poderia honrar sua parcela e a Parceria Público-Privada (PPP) prevista para a execução da obra se tornar possível, sem riscos para as empresas interessadas.

Conforme o secretário municipal de Gestão, por parte da Capital, o momento, agora, é de análise das Propostas de Manifestação de Interesse (PMIs). "Tivemos cinco consórcios, com quatro propostas. A análise está em fase final, devemos terminar no final de junho ou em julho", projeta. Até o final do ano, deverá ocorrer a licitação da empresa privada que participará da obra e, quando concluída, terá parte na operação e no lucro do metrô.

terça-feira, 19 de maio de 2015

Metrô de Porto Alegre corre perigo

19/05/2015 - Zero Hora - Porto Alegre

COLUNA DE ROSANE DE OLIVEIRA

Ainda é cedo para dizer que o metrô de Porto Alegre naufragou, mas o ajuste fiscal em Brasília, somado à crise das finanças estaduais, torna sombrio o futuro de um dos projetos mais celebrados quando foi anunciado. A presidente Dilma Rousseff garantiu um aporte de R$ 1,7 bilhão do governo federal. A prefeitura entraria com R$ 690 milhões e o governo do Estado com R$ 1 bilhão, financiados pela Caixa Econômica Federal.

A licitação para a Proposta de Manifestação de Interesse atraiu cinco consórcios, mas dois se uniram e, hoje, quatro estão trabalhando no projeto, que já mudou várias vezes de configuração. Esses consórcios devem apresentar um projeto de ligação entre o Mercado Público e a Fiergs. As propostas devem ser entregues até o final de junho, com o anúncio da vencedora em julho. A abertura da licitação, no entanto, depende da garantia de que União, Estado e município conseguirão honrar sua parte.

O secretário de Gestão, Urbano Schmitt, garante que a prefeitura não tem problema para tomar o FINANCIAMENTO. A União prometeu o dinheiro, mas não precisa desembolsá-lo agora. O problema é o Estado, que está com a sua capacidade de endividamento esgotada, aguardando a regulamentação do projetoda dívida.

No Piratini, o metrô hoje é um não assunto: a prioridade é pagar as contas do mês e planejar as parcerias que poderão ser feitas com a iniciativa privada. Entre os técnicos, a pergunta que se faz é: vale a pena comprometer R$ 1 bilhão em um único projeto, se o Estado poderia usar essa margem de endividamento para alavancar as PPPs e ampliar os INVESTIMENTOS em infraestrutura?

Ninguém sabe se o metrô será atingido pela tesoura do ministro Joaquim Levy. Por ora, o governo federal não precisa se preocupar: a oferta de R$ 1,7 bilhão está mantida, mas o Tesouro só terá de desembolsar dinheiro quando ficar definido qual é o projeto e os parceiros, Estado e município, cumprirem a sua parte no acordo.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Trensurb expande horário de funcionamento de cinco estações

05/05/2015 - Trensurb

Buscando melhor atender os usuários que embarcam à noite no metrô por meio das estações Rio dos Sinos, Santo Afonso, Industrial/Tintas Killing, Fenac e Novo Hamburgo, a Trensurb altera seus horários de fechamento e o momento da partida da última viagem saindo da estação terminal hamburguense. A partir de sexta-feira (8), essas estações permanecem abertas todos os dias até as 23h20 – atualmente, fecham entre 23h10 e 23h15. Já o último trem, que hoje sai da Estação Novo Hamburgo às 23h18, passa a partir às 23h25.




Um ano de operação comercial até o centro de Novo Hamburgo

07/05/2015 - Trensurb
 
Estações Industrial/Tintas Killing, Fenac e Novo Hamburgo foram entregues definitivamente à população em 8 de maio de 2014. Desde então, receberam o embarque de 4,33 milhões de passageiros.

A qualidade do transporte público e a realidade de duas cidades do Vale do Sinos foram melhoradas com a expansão da Trensurb, concluída com o início da operação comercial até o Centro de Novo Hamburgo há um ano, em 8 de maio de 2014. Atendendo ao projeto original de implantação da Linha 1, de ligar as áreas centrais de Porto Alegre e Novo Hamburgo, a empresa promoveu a construção de cinco novas estações, uma em São Leopoldo (Rio dos Sinos) e outras quatro em solo hamburguense (Santo Afonso, Industrial/Tintas Killing, Fenac e Novo Hamburgo). Além disso, foram realizadas em ambos os municípios obras complementares – viárias, de drenagem e urbanização.

O estudante de jornalismo William Figueiredo mora em Novo Hamburgo e estuda em Canoas desde 2011. Ele conta que uma das principais dificuldades quando ingressou na universidade era o transporte: "Bem no começo eu gastava muito dinheiro para pagar a van para voltar para casa. No segundo semestre, por uma questão de economia, comecei a ir de trem até São Leopoldo e pegava um ônibus para chegar em casa. Com a expansão da Trensurb até Novo Hamburgo, a minha vida foi facilitada, assim como a de várias pessoas que conheço, pois não precisava fazer baldeação entre trem e ônibus".

Em dezembro de 2013, a Trensurb deu início à pré-operação nas estações Industrial, Fenac e Novo Hamburgo, com viagens gratuitas em horários reduzidos. Em janeiro de 2014, elas passaram a abrir em horário integral, ainda em regime pré-operacional, enquanto eram realizados os últimos testes e ajustes. Em maio, iniciou-se a operação comercial e, no ano que se passou desde então, 4,33 milhões de pessoas embarcaram no trem nas três últimas estações inauguradas, comprovando a necessidade de um modal de transporte de grande escala na região.

Chefe de gabinete da Secretaria Nacional de Transportes e Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades, Edilson Macedo participou recentemente de vistoria às estações hamburguenses da Trensurb. "As novas estações me impressionaram pela simplicidade e pela funcionalidade. São bonitas e bem sinalizadas, facilitando o trânsito de usuários", afirma. "O trem se integrou perfeitamente ao Centro de Novo Hamburgo, facilitando a vida de milhares de pessoas", completa.

Outro ponto lembrado por William Figueiredo é o crescimento econômico nas imediações das estações, onde o número de pontos comerciais aumentou, demonstrando que o transporte efetuado pela Trensurb beneficia as comunidades como um todo. "O trem ajudou significativamente na economia da região, principalmente no centro de Novo Hamburgo em que circulam, desde a inauguração da expansão, um maior número de consumidores", afirma. "É fácil perceber que muitas lojas, de diferentes segmentos, se instalaram às margens da linha do trem porque estes locais se tornaram pontos de aglomeração de pessoas, gerando renda para os municípios atendidos pela Trensurb", completa o estudante.

Somente nos quatro primeiros meses de 2015, as cinco últimas estações foram responsáveis pelo ingresso de 1,98 milhão de usuários no sistema. Em 2014, 5,89 milhões de pessoas embarcaram por meio delas, pagando tarifa de apenas R$ 1,70 para percorrer os 43 quilômetros da via que liga os centros de Novo Hamburgo e Porto Alegre.