terça-feira, 28 de outubro de 2014

Primeira linha do aeromóvel de Canoas ficará pronta em 2016

28/10/2014 - Sul21


Após a inauguração do primeiro aeromóvel do Brasil, no ano de 2013, em Porto Alegre, é a vez de Canoas contar com o veículo como alternativa de transporte público. No início deste mês, a prefeitura de Canoas e o Ministério das Cidades assinaram contrato que permite a licitação do trecho 1 do aeromóvel, o qual ligará a Estação Mathias Velho da Trensurb à avenida 17 de Abril, no bairro Guajuviras. O início das obras está previsto para o primeiro semestre de 2015, com conclusão em 2016.

A primeira etapa terá 5,9 quilômetros e deve atender cerca de 60 mil passageiros por dia. O custo do trecho 1 será de R$ 287 milhões. Deste total, 272 milhões serão financiados com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Médias Cidades, do governo federal, e R$ 15 milhões de contrapartida do município. O aeromóvel de Canoas contará ainda com mais duas linhas. O trecho dois, de 4,8 quilômetros, ligará a Estação Mathias Velho ao final da rua Rio Grande do Sul, no mesmo bairro.

Já o trecho 3 terá três quilômetros, do entroncamento das avenidas Farroupilha e Boqueirão, no bairro Igara, até a Praça do Avião, no Centro. O Ministério das Cidades também liberou R$ 9 milhões para a elaboração de projetos dos trechos 2 e 3, os quais ainda não têm previsão de sair do papel. A prefeitura prevê que toda obra custe cerca de R$ 800 milhões.

O prefeito Jairo Jorge destaca que, atualmente, 70% do transporte coletivo da cidade atendem os moradores dos bairros Mathias Velho e Guajuviras. "Vamos melhorar o transporte coletivo para 70% dos usuários, além de construir um transporte sustentável, não poluente, confortável e que não trará impacto na mobilidade, pois ele não interfere no trânsito", ressalta.

Os trajetos, portanto, foram escolhidos levando em consideração as localidades da cidade com maior demanda de transporte coletivo. Os bairros Guajuviras e Mathias Velho têm, juntos, cerca de 150 mil habitantes. Conforme o secretário adjunto municipal de Transporte e Mobilidade de Canoas, Euclides Coimbra, a estimativa é que os usuários do aeromóvel façam o percurso entre os dois bairros em cerca de 12 minutos. De ônibus, são necessários em torno de 30 minutos. "O usuário terá uma grande facilidade em comparação à situação de hoje", prevê. Segundo Coimbra, o valor da tarifa será o mesmo do ônibus urbano que, atualmente, custa R$ 2,75.

Entre os possíveis beneficiados com o veículo, está a moradora do bairro Guajuviras Marcelle Oliveira. "Vai ficar muito mais fácil de pegar o trem e se deslocar até o centro", avalia. Conforme ela, as linhas de ônibus do bairro que integram com o trem demoram a passar. Além disso, destaca que o segundo trecho do aeromóvel facilitará o acesso ao Hospital Pronto Socorro de Canoas, localizado no bairro Mathias Velho.

Quem também deve ser beneficiado com a iniciativa é o pedreiro João Pedro Oliveira. Morador do bairro Mathias Velho, ele costuma pegar um ônibus da Estação Mathias Velho até a sua residência, situada no final da rua Rio Grande do Sul. O trecho dois do aeromóvel, portanto, seria uma alternativa para Oliveira nesse deslocamento. "Seria uma boa para desafogar os ônibus. Têm dias que eles ficam superlotados", diz ele.

Rebaixamento do trem

No início de outubro, a prefeitura de Canoas também apresentou o projeto executivo do rebaixamento do trem. A obra tem o objetivo de de unificar o centro, que hoje é separado pela linha do trem, além de reorganizar o trânsito e oferecer a população espaços de convivência e lazer. O trem será subterrâneo em um trecho de 2,4 quilômetros, desde o viaduto da Inconfidência, na Rua Araçá, até pouco depois da Rua Mathias Velho, perto do Canoas Shopping. Para esse projeto, o governo federal disponibilizou R$ 6 milhões, recurso utilizado para a elaboração do projeto executivo. Agora, o município pretende buscar recursos do Programa de Aceleração do Crescimento 3 (PAC 3) para execução das obras, o que depende da reeleição do atual governo federal.

O orçamento da obra é de R$ 400 milhões. O projeto contempla a criação de corredor de ônibus, uma esplanada de integração, circulação de pedestres, carros e transporte coletivo junto à nova estação da Trensurb no Centro. Em função do rebaixamento, a estação Canoas/La Salle ficará no subsolo, na altura da Praça da Bandeira. "Na ditadura, foi criado um Muro de Berlim de forma arbitrária, separando os dois lados da cidade. Na época, Canoas não tinha prefeito eleito e acabou se subordinando ao que aconteceu", lamenta Jairo Jorge.

Com o rebaixamento do trem, o prefeito de Canoas acredita que o fluxo de veículos na BR-116 irá melhorar. "Os veículos vão deixar de utilizar a BR-116 para passar de um lado para outro da cidade. Isso vai melhorar bastante a mobilidade e o trânsito", avalia. A obra vai facilitar a travessia sobre a rodovia de um lado para o outro no centro da cidade, com sete possibilidades de conversão, além de novo acesso entre as avenidas Dr. Barcellos e Guilherme Schell e acesso à Rua Araça. Assista ao vídeo de animação do projeto do rebaixamento do trem: 

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