domingo, 13 de outubro de 2013

Metrô será tema obrigatório na campanha

13/10/2013 - Zero Hora - Porto Alegre

Até agora, o metrô de Porto Alegre era tema permanente nas campanhas eleitorais para a prefeitura de Porto Alegre. Em 2014, será promovido a estrela das campanhas para o Piratini e a Presidência.

Prováveis candidatos à reeleição, a presidente Dilma Rousseff e o governador Tarso Genro se apresentarão como parte do tripé que sustenta politicamente o projeto. Dilma, por oferecer R$ 1,7 bilhão do Orçamento da União e mais R$ 1,7 bilhão em financiamentos subsidiados de bancos públicos para o governo do Estado e a prefeitura. Tarso reivindicará sua parte por concordar em tomar um empréstimo de R$ 1,08 bilhão, mesmo administrando um Estado com as contas no vermelho. Vieira da Cunha, que deve concorrer a governador pelo PDT, dirá que o projeto só se viabilizou porque o prefeito José Fortunati concordou em tomar mais dois empréstimos. Ana Amélia Lemos (PP), José Ivo Sartori (PMDB) e outros possíveis adversários poderão criticar a demora em tirar o projeto do papel e dizer que ele ainda é uma miragem.

Dificilmente algum candidato terá coragem de opinar que o metrô é desnecessário, conhecendo os problemas do trânsito na Zona Norte. A grande questão é saber em que pé estará o metrô entre julho e outubro de 2014. Se as etapas necessárias ao início da obra estiverem sendo cumpridas, ponto para quem trabalhou pelo acordo. Se estiver emperrado, opositores ganharão argumento no debate e os signatários do acordo tentarão empurrar para o outro a culpa pela demora.

Ao pressionar o Ministério do Planejamento para que apressasse a definição e lhe permitisse anunciar os recursos nesta viagem, a presidente mostra ter percebido o tamanho da encrenca que significaria entrar em 2014 com a desconfiança de que o metrô era balela.

Dilma será confrontada com as promessas de campanha e poderá dizer que fez a sua parte no metrô, concluiu a BR-448, está duplicando estradas importantes, como a BR-116, e abriu a licitação para a construção da ponte do Guaíba. A oposição dirá que a maioria das promessas está em meia viagem. Se assim for, estamos no lucro: melhor um debate sobre obras do que a guerra santa que marcou a campanha de 2010.

ROSANE DE OLIVEIRA

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